terça-feira, 29 de abril de 2014

DOENÇAS DO SISTEMA ENDOCRINO

DOENÇAS DO SISTEMA ENDOCRINO

  1. Doenças da Hipófise
ACROMEGALIA E GIGANTISMO
acromegalia é uma doença crônica que surge quando a hipófise, glândula de secreção interna, produz quantidades excessivas de hormônio do crescimento (GH). O nome acromegalia é reservado à produção excessiva de GH na vida adulta, quando as cartilagens de crescimento já se encontram fechadas, inativas. Quando o excesso de GH ocorre na infância ou na puberdade, antes do fechamento dessas cartilagens, a ação do GH provoca crescimento excessivo na estatura, e o quadro recebe o nome de gigantismo.

Funções do hormônio do crescimento:

Produzido pela hipófise, o GH promove o crescimento de quase todas as células e tecidos do corpo humano. Ele age forçando a produção de fatores de crescimento intermediários, predominantemente liberados pelo fígado.  Um deles, o IGF-1, simula as ações da insulina e atua em vários mecanismos bioquímicos envolvidos no crescimento e na multiplicação das células.

Causas:

Acromegalia e gigantismo são causados pela produção exagerada de GH e de IGF-1. Em 98% dos casos, a produção excessiva está associada à presença de tumores benignos da hipófise: os adenomas. Os 2% restantes compreendem casos raríssimos de tumores malignos instalados na hipófise, de tumores que estimulam a hipófise a produzir GH ou de tumores produtores de GH localizados no pâncreas, pulmões ou em outros tecidos.            

Sintomas:

A acromegalia pode causar mudanças na aparência física, mas como a doença costuma evoluir no decorrer de vários anos, seus sinais podem ser confundidos com os do envelhecimento. Muitas vezes, o diagnóstico é feito casualmente por um médico que reconhece o aspecto físico do portador da doença num ambiente público ou quando se compara a fotografia atual do paciente com uma antiga.
As características mais importantes da aparência física são:
  1. mãos e pés crescem, os sapatos não servem mais, os anéis não entram nos dedos;
  2. alargamento da região frontal e da testa;
  3. o queixo fica proeminente, dando ao rosto um aspecto característico;
  4. espaçamento entre os dentes e perda dentária;
  5. aumento do volume do tórax, do nariz e dos genitais;
  6. os lábios engrossam.
Como GH e IGF-1 agem em todos os tecidos do corpo, a produção excessiva afeta múltiplas funções orgânicas, provocando as seguintes alterações:
  • A pele se torna espessa, oleosa, propensa à acne, deformada pelo aparecimento de pregas. Os pacientes  apresentam sudorese exagerada;
  • Alterações respiratórias: obstrução de vias aéreas, aumento das dimensões da língua,  dificuldade de respiração durante o sono e espessamento das cordas vocais que tornam a voz mais grave;
  • Alterações cardiovasculares: aumento do volume do coração, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, arritmias, fadiga;
  • Alterações gastrointestinais: aumento de volume do fígado, pâncreas e outros órgãos. Pode haver formação de pólipos intestinais;
  • Alterações metabólicas/endócrinas: diabetes, intolerância a carboidratos, resistência à insulina, aumento dos níveis de colesterol e dos triglicérides, nódulos na tireóide, diminuição da libido, saída de leite pelos mamilos da mulher e alterações menstruais;
  • Alterações músculo-esqueléticas: dores articulares, osteoartrite, formigamentos e alterações de sensibilidade da pele, síndrome do túnel do carpo, osteopenia (diminuição da massa óssea) e osteoporose.
  • Alterações neurológicas: dor de cabeça persistente;
  • Alterações oftálmicas: distúrbios visuais e redução do campo visual.

Diagnóstico:

Quando a aparência física e o quadro clínico sugerem acromegalia, o diagnóstico pode ser confirmado por dois exames de sangue: as dosagens de GH e de IGF-1.Um único exame alterado de GH não permite fechar o diagnóstico, porque a hipófise libera esse hormônio de forma irregular, no decorrer do dia. Para obter dados mais confiáveis, os médicos fazem um tipo de exame de sangue no qual o GH é dosado depois da ingestão de uma solução açucarada. Os níveis de IGF-1 são bem mais constantes no decorrer do dia. Valores elevados quase sempre estão associados à acromegalia. Depois que o diagnóstico foi estabelecido, uma série de exames de imagem (tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética, etc.) é realizada para detectar a presença de tumores na hipófise ou em localizações mais raras.

Tratamento:

 Os objetivos do tratamento são:
  • Reduzir as concentrações de GH e de IGF-1 para os níveis normais;
  • Aliviar a pressão que tumores situados na hipófise possam exercem sobre o nervo óptico e áreas cerebrais vizinhas;
  • Preservar as funções hipofisárias;
  • Reverter ou melhorar os sinais e os sintomas da acromegalia.
As opções de tratamento incluem:
  • Cirurgia
A cirurgia tem índices de cura de 80% a 90% nos casos em que os adenomas (tumores benignos de aspecto glandular) medem menos de 1 cm.
Quando ultrapassam essa dimensão, os índices caem para menos de 50%.Quando a cirurgia é realizada com sucesso, a aparência facial e o inchaço dos tecidos começam a melhorar em poucos dias. Mesmo assim, os níveis hormonais podem não retornar ao normal e exigir tratamento complementar com medicamentos. A principal complicação cirúrgica é a lesão do tecido hipofisário adjacente, que pode exigir reposição hormonal para o resto da vida.
  • Radioterapia
É consenso entre os especialistas que a radioterapia NÃO deve ser usada como primeira opção terapêutica, exceto quando os tumores não  podem ser removidos cirurgicamente, quando a doença persiste depois da operação, quando o tratamento com medicamentos falha ou quando os pacientes recusam outras opções. Depois do tratamento radioterápico, a função hipofisária costuma declinar gradativamente. Depois de 10 anos, 70% dos casos necessitam de reposição hormonal prolongada.
  • Tratamento clínico
Três tipos de medicamentos são empregados no tratamento da acromegalia:
1 – Agonistas dopaminérgicos: têm eficácia em apenas 10% dos casos. São usados preferencialmente quando os níveis de prolactina estão aumentados;2 – Análogos da somatostatina:    constituem o tratamento clínico de primeira linha, uma vez que 96% dos tumores que secretam GH apresentam em suas células receptores para um fator de crescimento celular conhecido como somastatina. Como as drogas deste grupo (lanreotida e octeotrida) ligam-se a esses receptores, são dotadas da propriedade de regular a produção de GH e o crescimento celular. Nos últimos 10 anos, a aplicação de octeotrida por via intramuscular tornou-se a forma de tratamento clínico da acromegalia mais prescrita e estudada. A administração de octeotrida além de reduzir os níveis de GH e de IGF-1, diminui os índices de mortalidade, a freqüência dos batimentos cardíacos, melhora a função dos ventrículos, a resistência à atividade física e faz regredirem os sinais e sintomas da acromegalia;3 – Antagonistas do receptor de GH: são medicamentos úteis quando existir resistência aos análogos da somatostatina. Embora normalizem os níveis de IGF-1 em cerca de 95% dos casos, seu efeito sobre o crescimento dos tumores hipofisários é questionável. 
2. Doenças Osteometabólicas
AS GLÂNDULAS PARATIREÓIDES
As glândulas paratireóides, normalmente em número de quatro, estão situadas no pescoço, embebidas na face posterior da glândula tireóide. Essas pequenas glândulas passam despercebidas e podem ser acidentalmente removidas no momento da cirurgia de tireóide. A retirada cirúrgica inadvertida é a causa mais comum de hipoparatireoidismo.
O paratormônio, o hormônio protéico originário das glândulas paratireóides, regula o metabolismo do cálcio e do fósforo. A secreção aumentada de paratormônio resulta em absorção aumentada de cálcio a partir do rim, intestino e ossos, elevando, por conseguinte, o nível sangüíneo de cálcio. Algumas ações desse hormônio são aumentadas pela presença da vitamina D. O paratormônio também tende a diminuir o nível sanguíneo de fósforo.
O excesso de paratormônio pode resultar em níveis acentuadamente elevados de cálcio sérico, uma situação com risco de vida potencial. Quando o produto de cálcio sérico e fósforo sérico aumentam, o fosfato de cálcio pode precipitar-se em vários órgãos do corpo e gerar a calcificação tecidual.
O débito do paratormônio é regulado pelo nível sérico de cálcio ionizado. O cálcio sérico aumentado resulta em diminuição da secreção de paratormônio, formando um sistema de retro alimentação negativa.
HIPERPARATIREOIDISMO
O hiperparatireoidismo, que é causado pela produção excessiva de hormônio paratireóideo pelas glândulas paratireóides, caracteriza-se por descalcificação óssea e desenvolvimento de cálculos renais contendo cálcio.
O hiperparatireoidismo primário ocorre com freqüência duas a quatro vezes mais nas mulheres que nos homens e é observado mais amiúde nos pacientes entre 60 e 70 anos de idade. A incidência da doença é rara em crianças com menos de 15 anos de idade e aumenta 10 vezes entre 15 e 65 anos de idade. Metade dos pacientes atualmente diagnosticados com hiperparatireoidismo não apresenta sintomas.
O hiperparatireoidismo secundário, com manifestações similares, ocorre em pacientes com insuficiência renal, em conseqüência da retenção de fósforo, estimulação aumentada das glândulas paratireóides e secreção aumentada do paratormônio.
Manifestações clínicas:
O paciente pode não apresentar sintomas ou pode experimentar sinais e sintomas decorrentes do envolvimento de vários sistemas orgânicos. Apatia, fadiga, fraqueza muscular, náuseas, vômitos, constipação, hipertensão e arritmias cardíacas podem acontecer – todos atribuíveis a uma concentração aumentada de cálcio no sangue. As manifestações psicológicas podem variar desde a irritabilidade emocional e a neurose até a psicose provocada pelo efeito direto do cálcio sobre o cérebro e sistema nervoso. Um aumento no cálcio produz uma diminuição no potencial de excitação do tecido nervosos e muscular.
A formação de cálculos em ambos os rins, ligada à excreção urinaria aumentada de cálcio e fósforo, é uma das complicações importantes do hiperparatireoidismo e ocorre em 55% dos pacientes com hiperparatireoidismo primário. A lesão renal resulta da precipitação do fosfato de cálcio na pelve renal e no parênquima, resultando em cálculos renais ( nefrolitíase), enais ( nefrolitiase) nquima,re em 55% dos pacientes com hiperparatireoidismo primario. vdade. obstrução, pielonefrite e insuficiência renal.
Os sintomas musculoesqueléticos que acompanham o hiperparatireoidismo podem resultar da desmineralização dos ossos ou dos tumores ósseos compostos de células gigantes benignas, oriundas do crescimento excessivo dos osteoclastos, o paciente pode desenvolver dor e sensibilidade esquelética, em especial nas costas e articulações; a dor na sustentação do peso; fraturas patológicas; deformidades; e encurtamento da estatura corporal. A perda óssea atribuível ao hiperparatireoidismo aumenta o risco de fratura. A incidência de ulcera péptica e pancreatite mostra-se aumentada com o hiperparatireoidismo e pode ser responsável por muitos dos sintomas gastrointestinais que acontecem.
Histórico e Achados Diagnósticos:
O hiperparatireoidismo primário é diagnosticado pela elevação persistente dos níveis de cálcio e por um nível elevado de paratormônio. Os radioimunoensaios para o paratormônio são sensíveis e fazem a diferenciação entre o hiperparatireoidismo primário e as outras causas de hipercalcemia em mais de 90% dos pacientes com níveis séricos elevados de cálcio. Um nível sérico elevado isolado de cálcio é um achado inespecífico, porque os níveis séricos podem estar alterados pela dieta, medicamentos e alterações renais e ósseas. As alterações ósseas podem ser detectadas na radiografia ou no imageamento ósseo na doença avançada. O teste do anticorpo para o hormônio paratireóideo é utilizado para diferenciar entre o hiperparatireoidismo primário e a malignidade como causa da hipercalcemia. O ultra-som, a IRM, o imageamento com tálio e a biopsia com agulha fina foram utilizados para avaliar a função das paratireóides e para localizar cistos, adenomas ou hiperplasia paratireóidea.
Complicações do hiperparatireoidismo: Crise Hipercalcêmica
A crise hipercalcêmica aguda pode acontecer no hiperparatireoidismo. Isso ocorre com a elevação extrema dos níveis séricos de cálcio. Os níveis de cálcio sérico superiores a 15 mg/dl (3,7 mmol/l) resultam em sintomas neurológicos, cardiovasculares e renais.
O tratamento inclui a reidratação com grandes volumes de líquidos endovenosos, agentes diuréticos para promover a excreção renal do excesso de cálcio e a terapia com fosfato para corrigir a hipofosfatemia e diminuir os níveis séricos de cálcio por promover a deposição do cálcio no osso e reduzir a absorção gastrointestinal de cálcio. Os agentes citotóxicos (mitramicina), calcitocina e diálise podem ser utilizados em situações de emergência para diminuir rapidamente os níveis séricos de cálcio. O paciente em crise hipercalcêmica aguda necessita da intima monitorização para as complicações com risco de vida e para a reversão dos níveis séricos de cálcio.
Tratamento Médico:
A cirurgia (paratireoidectomia) é o único tratamento definitivo. Sempre que: a) cálcio sérico >12 mg%; b) marcada hipercalciúria (>400mg/24h); c) qualquer manifestação de hiperparatireoidismo primário (nefrolitíase, osteíte fibrosa cística, doença neuromuscular clássica); doença marcada redução na densidade do osso cortical (>2 desvios padrão); e) redução no clearance de creatinina na ausência de outra causa; f) idade < 50anos. Se o paciente não tem cirurgias prévias de pescoço e o cirurgião é experiente, a cirurgia tem sucesso em 95% dos casos, não havendo necessidade de se realizar testes de localização pré-operatórios. Entretanto, se estas condições não são obedecidas, testes de imagem são realizados. A confirmação da localização por dois destes métodos é suficiente para se ter uma localização confiante. Nos casos difíceis, arteriografia e coleta de amostras em vasos seletivos são necessárias. A extensão da cirurgia vai variar com a causa do hiperparatireoidismo. Nos casos de adenoma, o tumor é removido e as outras três glândulas são biopsiadas; alguns não fazem as biópsias de rotina se as glândulas parecem normais, diminuindo assim a incidência de hipoparatireoidismo pós-cirúrgico. Na hiperplasia das 4 glândulas, retira-se 3 glândulas e metade da que mais parecer normal (paratireoidectomia subtotal). Se o paciente tem NEM tipo I, alguns centros realizam paratireoidectomia total com auto-transplante no antebraço, devido à alta incidência de recorrência. Em outra técnica cirúrgica, faz-se abordagem apenas unilateral, retirando-se o adenoma e não se explora o lado contralateral, desta forma, diminuem-se a morbidade (hipoparatireoidismo e lesão de nervos) e o tempo cirúrgicos. Porém, em 7-8% dos casos há um outro adenoma contralateral ou uma hiperplasia assimétrica. Outra abordagem ainda consiste em localizar o adenoma com scan (sestamibi), fazer a exploração unilateral e dosar o PTH ainda na sala de cirurgia após a retirada do adenoma (já que o PTH intacto tem vida média de 3 a 4 minutos), desta forma reduz-se o tempo de cirurgia de 90 para 36 minutos. Se o paciente não tem condições cirúrgicas, mas tem indicação de cirurgia, ablação angiográfica ou ablação com injeção local de etanol guiado com US devem ser considerados. Quando existe doença óssea importante, o paciente pode desenvolver "fome óssea" no pós-operatório, a qual se caracteriza por episódio prolongado de hipocalcemia sintomática devido à rápida deposição de cálcio no esqueleto, necessitando de cálcio e vitamina D. Os pacientes que não se submetem à paratireoidectomia devem ter a calcemia monitorizada a cada 6 meses e calciúria, creatinúria e densitometria óssea anualmente. Devem ser orientados a sempre permanecerem bem hidratados e evitarem o uso de tiazídicos. A ingestão de cálcio deve ser normal, pois uma restrição pode levar a aumentos maiores nos níveis de PTH. A reposição de fosfato oral não é recomendada, pois pode induzir a calcificações metastáticas. Nas mulheres pós-menopausa, desde que não exista contra-indicação, faz-se a reposição estrogênica, a qual pode diminuir a calcemia em até 0,5 mg%, apesar de não alterar o PTH nem o fosfato.
HIPOPARATIREOIDISMO
A causa mais comum de hipoparatireoidismo é a secreção inadequada de hormônio paratireóideo depois da interrupção do suprimento sanguíneo ou da retirada cirúrgica do tecido glandular paratireóideo durante a tireoidectomia, paratireoidectomia ou dissecção radical do pescoço. A atrofia das glândulas paratireóides de etiologia desconhecida é uma causa menos comum de hipoparatireoidismo. Novas pesquisas, baseadas em hormônios, estão em curso nos Estados Unidos e poderão trazer benefícios no médio prazo. Os fatores de risco incluem cirurgia recente da tireóide ou pescoço; antecedentes familiares de distúrbio da paratireóide ou antecedente de certos distúrbios endócrinos autoimunes tais como a doença de Addison. A incidência é de 4 em cada 100.000 pessoas.
Fisiopatologia:
Os sintomas do hipoparatireoidismo são provocados por uma deficiência de paratormônio que resulta em níveis de fosfato sanguíneo elevados ( hiperfosfatemia) e de cálcio sanguíneo diminuídos ( hipocalcemia). Na ausência do paratormônio, existe absorção intestinal diminuída do cálcio da dieta e reabsorção diminuída do cálcio a partir do osso e através dos túbulos renais. A excreção renal diminuída de fosfato provoca a hipofosfatúria, com os níveis de cálcio baixos resultando em hipocalciúria.
Manifestações clínicas:
A hipocalcemia causa irritabilidade do sistema neuromuscular e contribui para o sintoma principal do hipoparatireoidismo, a tetania – uma hipertonia muscular generalizada, com tremor ou contrações espasmódicas ou descoordenadas que ocorrem com ou sem esforços para fazer movimentos voluntários. Na tetania latente, existem dormências, formigamento e câimbras nos membros, e o paciente se queixa de rigidez nas mãos e pés. Na tetania franca, os sinais incluem broncoespasmo, espasmo laríngeo, espasmo carpopedal ( flexão dos cotovelos e pulsos e extensão das articulações e convulsões). Os outros sintomas englobam ansiedade, irritabilidade, depressão e, mesmo, delírio. As alterações do ECG e a hipotensão também podem acontecer.
Histórico e Achados Diagnósticos:
A tetania latente é sugerida por um sinal de Trousseau ou de Chvostek positivo. O sinal de Trousseau é positivo quando o espasmo carpopedal é induzido ao se ocluir o fluxo sanguíneo para o braço por 3 minutos, com o emprego de um manguito de pressão arterial. O sinal de Chvostek é positivo quando uma percussão aguda sobre o nervo facial, exatamente diante da glândula parótida e anterior ao ouvido, provoca o espasmo ou contratura da boca, nariz e olho. Com freqüência, o diagnostico é difícil por causa dos sintomas vagos, como sensação dolorosa e dor real. Por conseguinte, os exames laboratoriais são particularmente valiosos. A tetania desenvolve-se em níveis séricos de cálcio de 5 a 6 mg/dl ou menos. Os níveis séricos de fosfato mostram-se aumentados, e a radiografia do osso mostra densidade aumentada. A calcificação é detectada nas radiografias dos gânglios basais subcutâneos ou paraespinhais do cérebro.
Tratamento:
O objetivo do tratamento é restaurar o equilíbrio de cálcio e outros minerais no organismo. Suplementos de carbonato de cálcio e vitamina D são geralmente uma terapia para a vida toda. Os níveis sangüíneos requerem monitorização periódica para assegurar a dosagem apropriada. Uma dieta rica em cálcio e baixa em fósforo é recomendada. A terapia de apoio é necessária para um ataque agudo fatal ou tetania hipoparatireóide (contrações musculares prolongadas). O cálcio é administrado por meio de infusão intravenosa. São tomadas precauções para prevenir convulsões e espasmo da laringe. A monitorização cardíaca para freqüências anormais é continuada até que a pessoa esteja estabilizada. Quando o ataque com risco de vida estiver controlado, o tratamento continua com preparações orais.

Expectativas (prognóstico):

O resultado provável é bom se houver um diagnóstico precoce. Alterações dentárias, cataratas e calcificações cerebrais são irreversíveis.

Complicações:

  • Tetania aguda que pode causar obstrução respiratória que requer traqueostomia;
  • Retardo no crescimento, má-formação dos dentes e retardo no desenvolvimento mental, que podem ocorrer se o hipoparatireoidismo se desenvolver na infância;
  • Excesso de tratamento com vitamina D e cálcio, que pode causar insuficiência renal.
  • Aumento no risco de anemia pernisiosa, doença de Addison, desenvolvimento de cataratas e doença de Parkinson.
NANISMO
É um crescimento muito lento, com estatura anormalmente pequena por disfunção da hipófise anterior. A altura está abaixo do percentil 3, a velocidade de crescimento é ↓ 4cm/ano e a idade óssea é pelo menos 2 anos menor que a idade cronológica.
A etiologia potencial do nanismo pituitário é variada; na maioria das crianças com baixa estatura não é possível identificar um distúrbio pituitário específico. Embora distúrbios endócrinos constituam uma minoria de todas as causas de retardo de crescimento, é importante tentar identificá-los porque eles são tratáveis. Crianças com hipopituitarismo mais comumente têm um tumor pituitário (craniofaringeoma) ou nenhuma etiologia demonstrável (hipopituitarismo idiopático). A deficiência de GH, sozinha ou em associação com outras anormalidades, é hereditária em 10% dos casos. A baixa estatura na infância, de caráter anormal, pode ser causada por disfunção da glândula pituitária, o que ocasiona uma produção insuficiente de hormônio do crescimento. Essa condição pode ser conseqüência da inexistência da glândula pituitária, trauma ou tumor da glândula pituitária.
O atraso no crescimento pode ser observado no período de lactância e persistir durante a infância. A tabela-padrão apresenta curva de crescimento com medidas de altura seqüenciais, variando de 0 (sem crescimento) a valores mínimos, formando uma curva ascendente discreta (crescimento mínimo). Na puberdade, o crescimento anormal varia conforme o grau de insuficiência da pituitária (incapacidade da pituitária de produzir níveis hormonais adequados, além do hormônio de crescimento).
O nanismo pituitário pode estar relacionado às seguintes deficiências de outros hormônios:
  • Tirotropina (controla a produção de hormônios tireoidianos)
  • Vasopressina (controla o equilíbrio hídrico do corpo)
  • Gonadotropinas (controlam a produção de hormônios sexuais masculinos e femininos)
  • ACTH ou hormônios adrenocorticotrópicos (controlam a glândula adrenal e sua produção de cortisol, DHEA e outros hormônios)
Os defeitos da face e do crânio também podem estar associados a anormalidades da pituitária ou de sua função. Uma pequena porcentagem de bebês com fenda labial ou palatina pode apresentar níveis hormonais baixos.

Sintomas:

  • Ausência ou atraso do crescimento (estatura)
  • Crescimento lento ( crianças entre 0-5 anos)
  • Estatura baixa (adultos com altura inferior a 1,52 m)
  • Estatura baixa (crianças abaixo do percentual 5 da tabela padrão de crescimento)
  • Atraso do desenvolvimento sexual em adolescentes
  • Ausência de desenvolvimento sexual
  • Dor de cabeça
  • Sede excessiva acompanhada de micção excessiva (aumento de volume)
  • Aumento do volume de urina.

Sinais e exames:

exame físico completo, com registro do peso, altura e proporções corporais, mostra sinais de atraso no crescimento e desvio da curva normal de crescimento.
Exames:
  • Em geral, recomenda-se uma radiografia da mão ( raio X das extremidades) para se determinar a idade óssea
  • Os níveis do hormônio de crescimento confirmam que o distúrbio é causado por disfunção da glândula pituitária
  • Podem ser avaliados outros níveis hormonais, visto que o hormônio de crescimento pode não ser um distúrbio isolado.
  • Raios-X do crânio (sela pequena, sela vazia, sela aumentada, lesão que ocupa espaço)
  • Tomografia computadorizada da cabeça
  • Ressonância magnética da cabeça

Tratamento:

Recomenda-se a terapia de reposição de hormônio de crescimento para as crianças que tenham deficiência documentada desse hormônio. Não há um programa padrão de tratamento: administra-se hormônio de crescimento, quando há deficiência do mesmo; quando não se trata de uma deficiência isolada, há a necessidade de reposição de outros hormônios. Os benefícios a longo prazo da terapia de reposição de hormônio de crescimento estão ainda em estudo. Na maioria das crianças, a taxa de crescimento melhora com a administração de hormônios de crescimento, embora sua eficácia diminua com um tratamento prolongado.

Complicações:

Quando não se administra tratamento ao nanismo pituitário, o que resulta é baixa estatura e atraso no desenvolvimento da puberdade. A doença de Creutzfeldt-Jacob é adquirida pela administração de hormônio de crescimento obtida de cadáveres (não mais disponível). O que se utiliza atualmente é um hormônio de crescimento sintético, livre de risco de doença infecciosa.

3. Doenças da Tireóide


A glândula tireóide se encontra na base do pescoço. Tem a forma de uma borboleta; cada lobo, da tireóide está presente em ambos os lados da traquéia. A função da glândula tireóide é produzir, armazenar e liberar hormônios tireoideanos na corrente sangüínea. Estes hormônios, também conhecidos como T3 e T4, agem em quase todas as células do corpo, e ajudam a controlar suas funções. Se os níveis destes hormônios tireoideanos no sangue estão baixos, seu corpo funciona mais lentamente. Esta condição se denomina hipotireoidismo. Se existe um aumento dos níveis dos hormônios tireoidianos no sangue, seu corpo trabalha mais rapidamente. Esta condição se denominahipertireoidismo.
A quantidade de hormônios tireoideanos produzidos pela glândula tireóide é controlada por uma glândula que se encontra no cérebro, chamada pituitária ou glândula hipófise. Outra parte do cérebro, o hipotálamo, ajuda a pituitária.
  • O hipotálamo envia informação à glândula hipófise
  • A glândula hipófise por sua vez controla a glândula tireóide
A glândula tiróide, a hipófise e o hipotálamo trabalham juntos no controle da quantidade de hormônios tireoideanos no seu corpo.
A glândula hipófise mede em forma constante a quantidade de hormônios tireoidianos no sangue. Se não há suficiente hormônio, este libera mais hormônio estimulante da tireóide (TSH), que indica à tireóide que deve produzir mais hormônio. A glândula tireóide então produz e libera hormônio diretamente na corrente sanguínea.
A glândula hipófise percebe logo que a quantidade de hormônios tireoideanos em seu corpo é a correta. Com os níveis de hormônios estando dentro dos valores normais, a hipófise diminui a produção de TSH a seus valores normais.
HIPERTIROIDISMO
A tireotoxicose é um estado hipermetabólico causado por níveis circulantes elevados de levotiroxina (T4) ou tri-iodotironina (T3) livres. Como é normalmente causada pelo aumento da função tireoidiana, é geralmente chamada de hipertireoidismo. Algumas das causas mais comuns do hipertireoidismo primário incluem:
  • Hiperplasia difusa da tireóide associada à doença de Graves (doença auto-imune, responsável por 85% dos casos).
  • Bócio multinodular hiperfuncional.
  • Adenoma hiperfuncional da tireóide.
As causas secundárias incluem adenomas hipofisários tireotróficos.
Ingestão inapropriada de hormônio tireoidiano exógeno (como tratamento para hipotireoidismo) e várias condições inflamatórias da tireóide são duas causas comuns de tireotoxicose não associada a hiperatividade da glândula tireóide.
Aspectos clínicos:
Os sintomas do hipertireoidismo são causados por hipermetabolismo e estimulação excessiva do sistema simpático. O aumento da taxa metabólica é acompanhado por hiperatividade e subseqüente fadiga, intolerância ao calor, perda de peso. O sinais e sintomas mais importantes relacionados aos principais sistemas orgânicos são os seguintes:
  • Sistema Cardiovascular: taquicardia, aumento do débito cardíaco, aumento da incidência de fibrilação atrial, palpitações;
  • Sistema Nervoso: nervosismo, ansiedade, hipercinesia, tremores;
  • Músculos Esqueléticos: fraqueza e atrofia muscular;
  • Sistema Gastrintestinal: aumento do apetite, hipermotilidade intestinal e diarréia;
  • Pele: sudorese excessiva;
  • Ossos: Osteoporose.
A determinação da concentração sérica de TSH usando ensaios sensíveis de TSH é o exame mais útil para o diagnóstico de hipertireoidismo, já que seus níveis estão diminuídos até mesmo nos estágios iniciais da doença. Um nível baixo de TSH é geralmente visto junto com o correspondente aumento do T4 livre no soro.
Antes do desenvolvimento de opções atuais do tratamento, a taxa de morte do hipertireoidismo era maior que 50%. Agora, diversos tratamentos eficazes estão disponíveis, e com o controle adequado, a morte por hipertireoidismo é rara. O tratamento varia dependendo da causa e também da gravidade dos sintomas. O hipertireoidismo pode ser tratado com medicamentos antitireoidianos, iodo radioativo ou cirurgia.
HIPOTIREOIDISMO
O hipotireoidismo é causado por qualquer alteração estrutural ou funcional que interfira na produção de níveis adequados de hormônio tireoidiano. Assim como ocorre no hipertireoidismo, esse distúrbio é dividido em primário e secundário, dependendo de se o hipotireoidismo resulta de uma anormalidade intrínseca da tireóide ou é resultado de uma doença hipofisiária ou hipotalâmica.
  • O hipotálamo primário é responsável pela grande maioria dos casos. Ele pode ser “tireoprivo” (devido a ausência ou perda do parênquima tireoidiano) ou “bociogênico” (devido ao aumento do tamanho da tireóide). A causa mais comum do hipotireoidismo baciogênico em áreas com oferta suficiente de iodo é o hipotireoidismo auto-imune, mais freqüente causado pela tireóide de Hashimoto. Outras causas incluem deficiência de iodo na dieta, erros inatos do metabolismo tireoidiano e drogas que bloqueiam a síntese hormonal.O hipotireoidismo tireoprivo pode seguir a cirurgia da tireóide ou a radiação, pode ser devido a um distúrbio infiltrativo ou raramente pode ter base genética.
  • O hipotireoidismo secundário é causado por deficiência de TSH, e o hipotireoidismo terciário (central), por deficiência do TRH.
  • O nível de TSH sérico é o teste de triagem mais sensível para hipotireoidismo. O nível de TSH está aumentado no hipotireoidismo primário devido a uma perda da inibição por feedback da produção de TRH e TSH pelo hipotálamo e hipófise, respectivamente.
Os principais sintomas do hipotireoidismo são:
• fraqueza e cansaço, intolerância ao frio, intestino preso, ganho de peso, depressão, dor muscular e nas articulações, unhas finas e quebradiças, enfraquecimento do cabelo, palidez.
Outros sintomas que podem aparecer mais tardiamente são: fala lenta, pele ressecada e espessada, inchaço de mãos, pés e face, diminuição do paladar e olfato, rouquidão, menstruação irregular, dentre outros.
Tratamento:
O objetivo do tratamento é repor a deficiência de hormônio da tireóide. O medicamento mais freqüentemente utilizado é a levotiroxina, mas há outros disponíveis. E o tratamento deverá ser seguido por toda a vida, mesmo se os sintomas desaparecerem, pois são freqüentes as recaídas com a interrupção do medicamento.
Manifestações Clínicas:
As manifestações clínicas abrangem o cretinismo, se a deficiência na tireóide desenvolve-se durante o período perinatal ou na infância, e no mixedema, em crianças mais velhas e adultos.
cretinismo pode ocorrer na forma endêmica, associada a deficiência de iodo na dieta e bócio endêmico, e na formaesporádica, associada a defeito na síntese hormonal. As características clínicas incluem deficiência no desenvolvimento do sistema esquelético e do sistema nervoso central, manifestada por retardamento mental grave, baixa estatura, hérnia umbilical e características faciais rudes, como olhos espalhados, e língua grande e protusa.
A complicação mais grave do hipotireoidismo é o mixedema que pode levar ao coma, mas que felizmente é a rara. Ele pode ser causado por infecções, exposição ao frio, certos tipos de medicamento e outras doenças. No coma pelo mixedema ocorre alteração do comportamento, diminuição da respiração, queda da pressão sanguínea, do açúcar no sangue e da temperatura. Doenças cardíacas, infecções, infertilidade e abortamento, também podem ocorrer como complicações do hipotireoidismo.
4. Doenças das Adrenais
DOENÇA DE ADDISON
Fisiopatologia:
A doença de Addison, ou insuficiência adrenocortical, ocorre quando a função do córtex supra-renal é inadequada para satisfazer à necessidade de hormônios corticais por parte do paciente. A atrofia auto-imune ou idiopática das glândulas supra-renais é responsável por 80% dos casos de doença de Addison. As outras causas incluem a excisão cirúrgica das glândulas supra-renais ou sua infecção. A secreção inadequada de ACTH a partir da hipófise também resulta em insuficiência supra-renal por causa da estimulação diminuída do córtex supra-renal.
Os sintomas da insuficiência supra-renal também podem resultar da súbita cessação da terapia exógena com hormônios adrenocorticais, a qual suprime a resposta normal do organismo ao estresse interfere com os mecanismos normais de retroalimentação.
Manifestações Clínicas:
A doença de Addison é caracterizada por fraqueza muscular; anorexia; sintomas gastrointestinais; fadiga; edemaciação; pigmentação escura da pele, articulações, joelhos, cotovelos e mucosas; hipotensão; e níveis baixos de glicemia, sódio sérico e potássio sérico. As alterações do estado mental, como a depressão, labilidade emocional, apatia e confusão também estão presentes.
Com a progressão da doença e a hipotensão aguda, o paciente desenvolve a crise adissoniana, caracterizada por cianose, febre e pelos sinais clássicos de choque.
O estresse da cirurgia ou desidratação decorrente da preparação para os exames diagnósticos ou cirurgia pode precipitar uma crise adissoniana ou hipotensiva.
Histórico e achados Diagnósticos:
O início da doença de Addison usualmente ocorre com sintomas inespecíficos. O diagnóstico é confirmado pelos resultados dos exames laboratoriais. Os achados laboratoriais incluem os níveis sanguíneos diminuídos de glicose e sódio, nível sérico aumentado de potássio e um leucograma aumentado.
O diagnóstico é confirmado por níveis baixos de hormônios adrenocorticais no sangue ou na urina e níveis séricos diminuídos de cortisol.
Tratamento Médico:
O tratamento imediato é dirigido no sentido de combater o choque; restaurar a circulação sanguínea, administrar líquidos e corticosteróides, monitorização dos sinais vitais e colocar o paciente em uma posição recostada com as pernas elevadas. A hidrocortisona é administrada por via endovenosa e seguida por glicose a 5% em soro fisiológico normal. As aminas vasopressoras podem ser necessárias quando a hipotensão persiste.
Os antibióticos podem ser administrados quando a infecção precipitou a crise adrenal em um paciente com insuficiência crônica supra-renal.
A ingestão oral pode ser iniciada logo que tolerada pelo paciente. Os líquidos endovenosos são diminuídos aos poucos, quando a ingestão hídrica oral é adequada, para evitar a hipovolemia.
Quando a glândula supra-renal não recupera a função, o paciente necessita de reposição de corticosteróides e mineralocorticóides pelo resto da vida para evitar a recidiva da insuficiência supra-renal e evitar a crise adissoniana em períodos de estresse e doença.
SÍNDROME DE CUSHING
A síndrome de Cushing resulta da atividade adrenocortical excessiva, em vez de deficiente. A síndrome pode resultar da administração excessiva de corticosteróides ou ACTH ou da hiperplasia do córtex supra-renal.
Fisiopatologia:
A síndrome de Cushing pode ser causada por diversos mecanismos, incluindo um tumor da hipófise que produza ACTH e estimule o córtex supra-renal a aumentar a secreção de seus hormônios, apesar de serem produzidas as quantidades adequadas.
A administração de corticosteróides ou de ACTH também pode produzir a síndrome de Cushing. Outra causa menos comum de síndrome de Cushing é a produção ectópica de ACTH por malignidades. Os sinais e sintomas da síndrome de Cushing constituem, principalmente, um resultado da secreção excessiva de glicocorticóides e androgênios, embora a secreção de mineralocorticóides também possa ser afetada.
Manifestações Clínicas:
Quando a produção excessiva de hormônio do córtex supra-renal acontece, a parada do crescimento, obesidade e alterações musculoesqueléticas ocorrem em conjunto com a intolerância à glicose.
Ocorre o catabolismo protéico excessivo, produzindo debilidade muscular e osteoporose.A retenção se sódio e de água acontece em conseqüência da atividade mineral o corticóide aumentada, produzindo hipertensão e insuficiência cardíaca congestiva.
O paciente desenvolve uma aparência de “face de lua cheia” e pode experimentar oleosidade cutânea aumentada e acne. Existe suscetibilidade aumentada à infecção. A hiperglicemia ou os diabetes franco pode desenvolver-se. O paciente também pode relatar ganho de peso, lenta cicatrização de incisões pequenas e escoriações.
As mulheres entre 20 e 40 anos de idade apresentam uma probabilidade cinco vezes maior de desenvolver a síndrome de Cushing. Nas mulheres de todas as idades, a virilização pode ocorrer e conseqüência do excesso de androgênios.
Quando a síndrome de Cushing é uma conseqüência do tumor de hipófise, os distúrbios visuais podem ocorrer por causa da pressão do tumor em crescimento sobre o quiasma óptico.
Histórico e Achados Diagnósticos:
Os indicadores da síndrome de Cushing incluem um aumento nos níveis de sódio sérico e de glicose sanguínea e uma concentração sérica diminuída de potássio, uma redução no número de eosinófilos sanguíneos e o desaparecimento do tecido linfóide.
Um teste de supressão noturna com dexametasona é o teste de varredura mais amplamente utilizado para o diagnóstico das causas hipofisáriase adrenais da síndrome de Cushing e pode ser realizado em base ambulatorial.
Tratamento Médico:
Nos casos em que a síndrome de Cushing é causada por tumores hipofisários em vez de tumores do córtex supra-renal, o tratamento é dirigido para a hipófise. A excisão cirúrgica do tumor por hipofisectomia transesfenoidal é o tratamento de escolha e apresenta uma taxa de sucesso de 90%. A radiação da hipófise também foi bem sucedida, embora possa levar vários meses para controlar os sintomas. A adrenalectomia é o tratamento de escolha nos pacientes com hipertrofia primária da supra-renal.
Quando a síndrome de Cushing é resultante da administração de corticosteróides, é feita uma tentativa de reduzir ou diminuir progressivamente o medicamento até a dose mínima necessária para tratar o processo patológico subjacente. Com freqüência, a terapia em dias alternados diminui os sintomas da síndrome de Cushing e permite a recuperação da responsividade das glândulas supra-renais ao ACTH.
5. Outras
DIABETES INSÍPIDO
O Diabetes insípido é um distúrbio do lobo posterior da hipófise devido a uma deficiência de vasopressina, o ADH. Caracteriza-se por sede intensa ( polidipsia) e grandes volumes de urina diluída. Pode ser secundário ao traumatismo do crânio, tumor cerebral ou ablação cirúrgica ou irradiação da glândula tireóide. Também pode ocorrer com infecções do SNC (meningite, encefalite) ou tumores (doença metastática, linfoma de mama ou pulmão). Outra causa do Diabetes insípido é a falha dos túbulos renais em responder ao ADH; essa forma nefrogênica pode estar relacionada à hipocalcemia, hipercalcemia e inúmeros medicamentos ( ex: lítio, demeclociclina).
Manifestações clínicas:
Sem a ação da vasopressina sobre o néfron distal do rim, tem lugar um enorme débito diário de urina muito diluída, semelhante a água, com uma densidade especifica de 1,001 a 1,005. a urina não contem substâncias anormais, como glicose e albumina. Devido à sede intensa, o paciente tende a beber de 4 a 40 litros de água diariamente, com um desejo especial por água gelada. Na forma hereditária do diabetes insípido, os sintomas primários podem começar no nascimento. Em adultos, ele pode ter um início abrupto ou um estabelecimento insidioso. A doença não pode ser controlada pela limitação dos líquidos, porque a perda de elevados volumes de urina continua, mesmo sem a reposição hídrica. As tentativas para restringir os líquidos fazem com que o paciente experimente um desejo insaciável de liquido e desenvolva hipernatremia e desidratação grave.
Diagnóstico:
Para identificação da causa da poliúria, a glicemia (glicose do sangue) e o cálcio sérico devem ser testados. Os eletrólitos podem se mostrar alterados; hipernatremia (excesso de sódio) são comuns nos casos graves. O exame Parcial de Urina mostra baixos níveis de eletrólitos, e a osmolaridade e densidade urinária são baixas.
Um "teste de privação de água" ajuda a determinar se a DI é causada por:
  • Excesso de ingestão de líquidos;
  • Um defeito na produção do Hormônio Antidiurético; ou
  • Um defeito na resposta renal ao hormônio.
Este teste mede modificações no peso corporal, volume urinário e composição urinária. Dosagens de Hormônio Antidiurético (ADH) no sangue pode ser necessário para o diagnóstico final.
Para distinguir entre as várias formas, a estimulação com desmopressina (um análogo mais potente davasopressina), pode também ser utilizada, injetável, via spray nasal ou via oral. Caso ocorra redução do volume urinário e aumento da densidade urinária a produção do ADH pela glândula pituitária é deficiente e a resposta renal é normal. Caso haja falta de resposta renal a desmopressina não fará efeito.
Se a DI central é suspeitada, testa-se outros hormônios produzidos pela pituitária e realiza-se uma ressonância nuclear magnética (MRI) para descobrir se alguma outra doença está afetando a pituitária, como um prolactinona.
Tratamento Médico:
Os objetivos da terapia são: repor a vasopressina (que é, em geral, um programa terapêutico em longo prazo); garantir a reposição hídrica adequada; procurar e corrigir a patologia intracraniana subjacente. As causas nefrogênicas exigem diferentes abordagens de tratamento.
Reposição de Vasopressina:
A desmopressina (DDAVP), a vasopressina sintética sem os efeitos vasculares do ADH normal, é particularmente valiosa porque apresenta uma duração de ação mais prolongada e menos efeitos adversos que outras preparações previamente utilizadas para tratar a doença. É administrada por via intranasal; o paciente borrifa a solução dentro do nariz através de um tubo plástico calibrado flexível. Duas a quatro administrações diárias parecem controlar os sintomas. O agente lipressina é um agente de ação curta que é absorvido para a corrente sanguínea através da mucosa nasal; entretanto, sua duração pode ser muito curta para pacientes com doença grave. O paciente deve ser observado para a rinofaringite crônica, quando é utilizada a via intranasal de administração. Outra forma de terapia é a administração intramuscular de ADH, o tanato de vasopressina em óleo, usado quando a via intranasal não é possível. É administrado a cada 24 a 96 horas. O frasco do medicamento deve ser aquecido ou agitado vigorosamente antes da administração. A injeção é administrada à noite, de modo que os resultados máximos sejam obtidos durante o sono. As cólicas abdominais constituem um efeito colateral desse medicamento. O rodízio dos locais de injeção é necessário para evitar a lipodistrofia.
Tratamento das causas nefrogênicas:
Quando os diabetes insípidos têm origem renal, os tratamentos previamente descritos são ineficazes. Os diuréticos tiazídicos, a depleção salina branda e os inibidores da prostaglandina (ibuprofeno, indometacina e aspirina) são usados para tratar a forma nefrogênica do diabetes insípido.
Referencias:  .http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAfgcAC/sistema-endocrino-patologia

segunda-feira, 21 de abril de 2014

SISTEMA ENDÓCRINO
Dá-se o nome de sistema endócrino ao conjunto de órgãos que apresentam como atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios, que são lançados na corrente sangüínea e irão atuar em outra parte do organismo, controlando ou auxiliando o controle de sua função. Os órgãos que têm sua função controlada e/ou regulada pelos hormônios são denominados órgãos-alvo
Constituição dos órgãos do sistema endócrino
Os tecidos epiteliais de secreção ou epitélios glandulares formam as glândulas, que podem ser uni ou pluricelulares. As glândulas pluricelulares não são apenas aglomerados de células que desempenham as mesmas funções básicas e têm a mesma morfologia geral e origem embrionária - o que caracteriza um tecido. São na verdade órgãos definidos com arquitetura ordenada. Elas estão envolvidas por uma cápsula conjuntiva que emite septos, dividindo-as em lobos. Vasos sangüíneos e nervos penetram nas glândulas, fornecendo alimento e estímulo nervoso para as suas funções.

Os hormônios influenciam praticamente todas as funções dos demais sistemas corporais. Freqüentemente o sistema endócrino interage com o sistema nervoso, formando mecanismos reguladores bastante precisos. O sistema nervoso pode fornecer ao endócrino a informação sobre o meio externo, ao passo que o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta informação. Dessa forma, o sistema endócrino, juntamente com o sistema  nervoso,  atuam na coordenação e regulação das funções corporais.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Aula de Fisiologia Tudo o que você precisa saber sobre Sistema Endócrino.

Sistema Endócrino

O sistema endócrino é constituído por um grupo de órgãos (algumas vezes referidos como glândulas de secreção interna) cuja função principal é produzir e secretar hormônios diretamente no interior da corrente sangüínea. Os hormônios atuam como mensageiros para coordenar atividades de várias partes do corpo.
Hormônios
Os hormônios são substâncias liberadas na corrente sangüínea por uma glândula ou órgão e que afetam a atividade de células de um outro local. Em sua maioria, os hormônios são proteínas compostas de cadeias de aminoácidos de comprimento variável. Outros são esteróides, substâncias gordurosas derivadas do colesterol. Quantidades muito pequenas de hormônios podem desencadear respostas muito grandes no organismo. Os hormônios ligam-se aos receptores localizados sobre a superfície da célula ou no seu interior. A ligação de um hormônio a um receptor acelera, reduz ou altera a função celular de uma outra maneira. Em última instância, os hormônios controlam a função de órgãos inteiros. Eles controlam o crescimento e o desenvolvimento, a reprodução e as características sexuais.
Eles influenciam a maneira como o organismo utiliza e armazena a energia. Além disso, os hormônios controlam o volume de líquido e as concentrações de sal e de açúcar no sangue. Alguns hormônios afetam somente um ou dois órgãos, enquanto outros afetam todo o organismo. Por exemplo, o hormônio estimulante da tireóide é produzido na hipófise e afeta apenas a tireóide. Em contraste, o hormônio tireoidiano é produzido na tireóide, mas afeta células de todo o organismo. A insulina, produzida pelas células das ilhotas pancreáticas, afeta o metabolismo da glicose, das proteínas e das gorduras em todo o organismo.
Controles Endócrinos
Quando as glândulas endócrinas funcionam mal, as concentrações séricas dos hormônios podem tornar-se anormalmente altas ou baixas, alterando as funções orgânicas. Para controlar as funções endócrinas, a secreção de cada hormônio deve ser regulada dentro de limites precisos.
O organismo precisa detectar a cada momento a necessidade de uma maior ou menor quantidade de um determinado hormônio. O hipotálamo e a hipófise secretam seus hormônios quando detectam que a concentração sérica de um outro hormônio por eles controlado encontra-se muito alta ou muito baixa.
Os hormônios hipofisários então circulam na corrente sangüínea para estimular a atividade de suas glândulas alvo. Quando a concentração sérica do hormônio alvo é a adequada, o hipotálamo e a hipófise deixam de produzir hormônios, uma vez que eles detectam que não há mais necessidade de estimulação. Este sistema de retroalimentação regula todas as glândulas que se encontram sob controle hipofisário.

Glândulas Endócrinas

São componentes do sistema endócrino as Glândulas: Hipotálamo, Hipófise ou Ptuitária, Tireóide, Paratireóide, Supra-Renais ou Adrenais, Pâncreas, Ovários e Testículos.

Hipotálamo

hipotálamo é uma estrutura que se localiza abaixo do tálamo, na região do diencéfalo, juntamente com o epitálamo e o tálamo. O hipotálamo possui vias de ligação com todos os níveis do sistema límbico. Liga-se ao Sistema Nervoso e ao Sistema Endócrino, controlando a maioria das funções vegetativas, endócrinas, comportamentais e emocionais do corpo.
Representa cerca de 1% da massa total do encéfalo, ou seja, é um órgão muito pequeno, mas de importância indiscutível. Está relacionado com a regulação da temperatura corpórea, apetite, atividade gastrintestinal, regulação hídrica, atividade sexual e emoções.
O hipotálamo está intimamente relacionado com a hipófise no comando das atividades. Ele controla a secreção hipofisária, produz ocitocina e hormônio antidiurético, que são armazenados pela hipófise.
  • I) Regulação cardiovascular: responsável pela modificação da pressão arterial e da freqüência cardíaca. Esses estímulos são conduzidos para a formação reticular da ponte e bulbo;
  • II) Regulação da temperatura: o sangue que passa nohipotálamo determina a temperatura corporal e faz com que o hipotálamo tente regular a temperatura;
  • III) Regulação da hídrica: controla de duas formas, estimulando a sede no indivíduo ou retendo a água na urina. Quando os eletrólitos do hipotálamo se tornam mais concentrados essa área é estimulada;
  • IV) Contração do útero e ejeção do leite: relaciona-se com a produção de ocitocina.
  • V) Regulação gastrointestinal: o hipotálamo possui uma área que é o centro da fome e está relacionada com a ingestão de alimentos e saciedade da fome;
  • VI) Controle sobre a hipófise: o hipotálamo secreta hormônio que atuam como liberadores dos hormônios da hipófise anterior.

Hipófise

A hipófise é dividida em dois lados: o anterior (adenohipófise) e o posterior (neurohipófise).

Hipófise posterior (neurohipófise)

O lado posterior é conectado à parte do cérebro chamada de hipotálamo através do infundíbulo. Os hormônios são feitos nos corpos celulares dos nervos posicionados no hipotálamo, e estes hormônios são então transportados pelos axônios das células nervosas em direção à hipófise posterior.
Os hormônios secretados pela hipófise posterior são
  • Oxitocina que vem do núcleo paraventricular do hipotálamo
  • Hormônio antidiurético (ADH – também conhecido como vasopressina e AVP, arginina vasopressina), que vem do núcleo supraóptico do hipotálamo

Hipófise anterior (Adenohipófise)

O lobo anterior é derivado do ectoderma oral e é composto de epitélio glandular. Através da conexão vascular da hipófise anterior com o hipotálamo, o hipotálamo integra sinais estimulatórios e inibitórios centrais e periféricos para os cinco tipos fenotipicamente distintos de células da hipófise.
Os hormônios da hipófise anterior, e os hormônios hipotalâmicos que modulam (são inibidores ou liberadores) a sua secreção estão listados abaixo, junto com seus tipos celulares associados.
Hormônio da hipófise anteriorHormônio hipotalâmicoCorantes (tipo)Tipo de célula
hormônio do crescimentosecreção causada pelo GHRH (hormônio liberador de hormônio  do crescimento)acidófilosomatotropo
prolactinasecreção INIBIDA pela DA (dopamina, “prolactin inhibiting factor”/PIF)acidófilolactotropo
hormônio folículo-estimulantesecreção causada pelo GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina)basófilogonadotropo
hormônio luteinizantesecreção causada pelo GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina)basófilogonadotropo
hormônio estimulante da tireóidesecreção causada pelo TRH (hormônio liberador de tireotrofina)basófilotireotropo
hormônio adrenocorticotróficosecreção causada pelo CRH (hormônio liberador de corticotrofina)basófilocorticotropo
endorfinas---
Os hormônios hipotalâmicos viajam até o lobo anterior por um sistema especial de capilares, chamados de vasos portais hipotalâmico-hipofisários.
Também existe uma interação entre os hormônios do hipotálamo, por exemplo, o TRH induz a secreção de prolactina.

Funções

Os hormônios tróficos ou trópicos atuam sobre outras glândulas endócrinas regulando suas secreções. O sistema nervoso central manifesta seu controle sobre a hipófise através do hipotálamo via ligações nervosas ou substâncias parecidas com hormônios conhecidas como fatores de liberação.
Os hormônios tróficos são classificados em:
  • Tireotrópicos: atuam sobre a tireóide.
  • Adrenocorticotrópicos: atuam sobre o córtex da glândula adrenal (supra-renal).
  • Gonadotróficos: atuam sobre as gônadas masculinas e femininas.
  • Somatotróficos: atuam no crescimento, promovendo o alongamento dos ossos e estimulando a síntese de proteínas e o desenvolvimento da massa muscular. Também eleva o consumo de gorduras e inibe a síntese de insulina do pâncreas, aumentando a concentração de glicose no sangue.

Adeno-hipófise

  • Somatotrofina (hormônio do crescimento): atua sobre as cartilagens de crescimento dos ossos; controla parte do metabolismo de gorduras, proteínas e carboidratos.
  • Adrenocorticotrópico (ACTH): estimula a secreção dos hormônios córticosupra-renais.
  • Hormônio folículo-estimulante (FSH): estimula a formação do folículo de Graaf do ovário, dos túbulos seminíferos do testículo e também estimula a espermatogênese.
  • Hormônio luteinizante (LH): regula a produção e liberação de estrogênio, progesterona e de testosterona.
  • Prolactina: estabiliza a secreção do estrogênio e progesterona e estimula a secreção de leite.
  • Tirotrofina: estimula as tiróides e a formação de tiroxina.
  • Mamotroficas: prolactina

Porção intermédia

  • Estimuladora de melanócitos (MSH): regula a distribuição dos pigmentos.

Neuro-hipófise

  • Ocitocina: atua no útero favorecendo as contrações no momento do parto, e em nível mamário facilita a secreção do leite.
  • Vasopressina (ADH): regula a contração dos vasos sangüíneos, regulando a pressão e ação antidiurética sobre os túbulos dos rins.

Tireóide

A tireóide produz a tiroxina, hormônio que controla a velocidade de metabolismo do corpo. Se ocorrer hipertireoidismo, isto é, funcionamento exagerado da tireóide, todo o metabolismo fica acelerado: o coração bate mais rapidamente, a temperatura do corpo fica mais alta que o normal; a pessoa emagrece porque gasta mais energia. Esse quadro favorece o desenvolvimento de doenças cardíacas e vasculares, pois o sangue passa a circular com maior pressão. Pode ocorrer o bócio, ou seja, um “papo” causado pelo crescimento exagerado da tireóide. Também pode aparecer a exoftalmia, isto é, os olhos ficam “saltados”.
Se a tireóide trabalha menos ou produz menor quantidade de tiroxina que o normal, ocorre o hipotireoidismo, e o organismo também se altera: o metabolismo se torna mais lento, algumas regiões do corpo ficam inchadas, o coração bate mais vagarosamente, o sangue circula mais lentamente, a pessoa gasta menos energia, tornando-se mais propensa à obesidade, as respostas físicas e mentais tornam-se mais lentas.

Paratireóide

As glândulas paratiróides ou glândulas paratireóides são dois pares de glândulas endócrinas que se situam atrás ou embebidas na glândula tiróide. Elas produzem paratormona/paratormônio (PTH), a hormona principal da regulação da concentração de cálcio no sangue. Em casos raros as glândulas paratireóides estão localizados dentro da glândula tireóide. Mais freqüentemente existem quatro glândulas paratireóides, mas algumas pessoas tem seis ou até mesmo oito.

Supra-Renal ou Adrenal

As supra-renais, também conhecidas com adrenais, são duas glândulas, que como diz o nome, localizam-se em cima dos rins.
As adrenais exercem importantes funções no organismo através da produção dos seus hormônios.
Os principais são:
Cortisol: É o chamado hormônio do estresse ( estresse físico, que ocorre em cirurgias, infecções, traumas etc..). Uma das suas principais ações é garantir glicose (açúcar = energia) para as células, seja antagonizando a insulina ou estimulando a transformação de gorduras e proteínas em glicose. Também age modulando nosso sistema imune (sistema de defesa contra infecções). É o hormônio que prepara nosso corpo para lutar contra estresses.
Adrogênios e estrogênios : São respectivamente os hormônios masculinos e femininos.
Aldosterona: Age no rim controlando os níveis de sódio e potássio na urina e no sangue. É um dos principais hormônios no controle da pressão arterial.
Adrenalina: É mais um hormônio do estresse. É chamado o hormônio de fuga ou luta (flight or fight em inglês). Quando liberado promove aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial, do aporte de sangue para os músculos, aumenta a glicose disponível para as células e dilata as pupilas. Se o cortisol prepara o corpo para aguentar o estresse, a adrenalina promove os meios para o corpo atacar ou fugir do mesmo.
Bom, sabendo para que serve a supra-renal e o que seus hormônios promovem, fica fácil entender alguns sintomas da insuficiência adrenal.
  • Hipotensão e choque circulatório;
  • Distúrbios do potássio e do sódio;
  • Hipoglicemia (baixa de açúcar no sangue);
  • Alterações dos hormônios sexuais;
  • Astenia crônica;
  • Anorexia (perda de apetite).

Pâncreas

pâncreas é uma glândula do sistema digestivo e endócrino (dos animais vertebrados). Ele é tanto exócrino (secretando suco pancreático que contém enzimas digestivas) quanto endócrino (produzindo muitos hormônios importantes, como a insulina, glucagon e somatostatina).
O pâncreas endócrino é composto de aglomerações de células especiais denominadas ilhotas de Langerhans. O “cansaço” crónico destas células leva ao aparecimento da diabetes no pâncreas.
Existem quatro tipos de células nas ilhotas de Langerhans. Elas são relativamentes difíceis de se distinguir ao usar técnicas normais para corar o tecido, mas elas podem ser classificadas de acordo com sua secreção:
Nome das célulasProduto% das células da ilhotaFunção
células betaInsulina e Amilina50-80%reduz a taxa de açúcar no sangue
células alfaGlucagon15-20%aumenta a taxa de açúcar no sangue
células deltaSomatostatina3-10%inibe o pâncreas endócrino
células PPPolipeptídeo pancreático1%inibe o pâncreas exócrino

Ovários e Testíulos

A reprodução humana normal envolve a interação entre vários hormônios e órgãos, a qual é controlada pelo hipotálamo, uma área do cérebro. Tanto nas mulheres como nos homens, o hipotálamo secreta hormônios, denominados fatores de liberação, que chegam à hipófise, uma glândula do tamanho de uma ervilha localizada logo abaixo do hipotálamo. Esses hormônios estimulam a hipófise a liberar outros hormônios.
Por exemplo, o hormônio liberador de gonadotropina (um fator de liberação secretado pelo hipotálamo) estimula a hipófise a secretar o hormônio luteinizante e o hormônio folículo-estimulante. Estes hormônios estimulam a maturação das glândulas reprodutivas e a liberação de hormônios sexuais. Nas mulheres, os ovários liberam estrogênios, e, nos homens, os testículos liberam androgênios (p.ex., testosterona).
Os hormônios sexuais também são produzidos pelas glândulas adrenais, localizadas sobre os rins. Os padrões de secreção e as conseqüentes concentrações séricas dos hormônios sexuais determinam a estimulação ou a inibição da liberação do hormônio luteinizante e do hormônio folículoestimulante pela hipófise.
Por exemplo, uma diminuição das concentrações dos hormônios sexuais estimula a hipófise a liberar maiores quantidades de ambos os hormônios, um mecanismo de controle de retroalimentação negativa. Praticamente todos os hormônios são liberados em episódios breves (pulsos) a cada1 a 3 horas. Conseqüentemente, as concentrações hormonais no sangue oscilam.

Puberdade
Ao nascimento, as concentrações dos hormônios luteinizante e folículo-estimulante são altas, mas elas diminuem em poucos meses e mantêm-se baixas até a puberdade. No início da puberdade, a concentração desses hormônios aumenta, estimulando a produção dos hormônios sexuais. Nas adolescentes, o aumento da concentração desses hormônios estimula a maturação das mamas, dos ovários, do útero, e da vagina, o início da menstruação e o desenvolvimento das características sexuais secundárias (p.ex., pêlos pubianos e axilares).
Nos adolescentes, os testículos, a próstata, as vesículas seminais e o pênis amadurecem e ocorre crescimento dos pêlos faciais, pubianos e axilares. Normalmente, essas mudanças ocorrem em seqüência durante a puberdade, resultando na maturidade sexual. Nas adolescentes, a primeira alteração da puberdade é comumente o aumento das mamas (elas começam a se desenvolver), seguido de imediato pelo crescimento dos pêlos pubianos e axilares.
O intervalo entre o aumento das mamas e a primeira menstruação geralmente é de aproximadamente 2 anos. A forma do corpo da adolescente muda e a porcentagem de gordura corpórea aumenta. O estirão de crescimento que acompanha a puberdade geralmente inicia antes mesmo do desenvolvimento das mamas. O crescimento é relativamente mais rápido no início da puberdade, antes do início da menstruação. A seguir, o crescimento reduz consideravelmente; cessando geralmente entre os 14 e 16 anos.
Em contraste, os adolescentes crescem mais rapidamente entre os 13 e 17 anos, e podem continuar a crescer até um pouco depois dos 20 anos. A idade do início da puberdade parece ser influenciada pela estado geral de saúde e de nutrição da criança, bem como por fatores sócio-econômicos e hereditários. Na Europa Ocidental, a idade média na qual a menina apresenta a primeira menstruação reduziu 4 meses por década entre 1850 e 1950, mas deixou de diminuir nas últimas quatro décadas.
As meninas com obesidade moderada tendem a menstruar mais cedo e aquelas com peso muito abaixo da média e desnutridas tendem a menstruar mais tarde. A menstruação também começa mais precocemente entre as meninas que vivem em áreas urbanas e aquelas cujas mães começaram a menstruar mais cedo.

Ciclo Menstrual
A menstruação, o descolamento do endométrio (revestimento do útero) acompanhado por sangramento, ocorre em ciclos aproximadamente mensais, exceto quando a mulher está grávida. Ele marca os anos reprodutivos da vida da mulher, o qual estende-se da menarca (primeira menstruação) que ocorre na puberdade até a menopausa (cessação da menstruação).
Por definição, o primeiro dia de sangramento é considerado o início de cada ciclo menstrual (dia 1), o qual termina um pouco antes do menstruação seguinte. Os ciclos menstruais variam entre 21 a 40 dias. Apenas 10 a 15% dos ciclos são de exatamente 28 dias. Os intervalos entre os períodos são geralmente mais longos nos anos imediatamente posteriores à menarca e anteriores à menopausa. O ciclo menstrual pode ser dividido em três fases: folicular, ovulatória e lútea.
A fase folicular, a qual varia em duração, estende- se desde o primeiro dia de sangramento até imediatamente antes da rápida elevação da concentração do hormônio luteinizante, a qual acarreta a ovulação (liberação do óvulo). Esta fase foi assim denominada porque os folículos de ovários ovários encontram-se em processo de desenvolvimento. Durante a primeira metade da fase, a hipófise aumenta discretamente a secreção de hormônio folículo-estimulante, estimulando o crescimento de 3 a 30 folículos, cada um contendo um óvulo. Apenas um desses folículos continua a crescer.
Os outros folículos estimulados degeneram. A fase folicular torna-se mais curta no final dos anos reprodutivos, próximo à menopausa. Na menstruação, parte do endométrio desprende- se em resposta a uma redução das concentrações de estrogênio e progesterona. O endométrio é constituído por 3 camadas. A camada superior (superficial) e a maior parte da camada média (intermediária) desprendem. A camada inferior (basal) permanece e produz novas células para reconstruir as outras duas camadas. O sangramento menstrual dura 3 a 7 dias, com uma média de 5 dias.
A perda sangüínea varia de 14 a 280 gramas, com uma média de 128 gramas. Dependendo do tipo, um absorvente íntimo ou um tampão pode absorver até 29 gramas. Geralmente, o sangue menstrual não coagula, exceto quando o sangramento é muito intenso. A fase ovulatória, durante a qual o óvulo é liberado, começa com uma rápida elevação da concentração do hormônio luteinizante. Em geral o óvulo é liberado 16 a 32 horas após o início da elevação da concentração do hormônio luteinizante.
O único folículo que está crescendo protrui na superfície do ovário, rompe e libera o óvulo. Em torno do momento da ovulação, algumas mulheres sentem uma dor surda em um dos lados da região abdominal inferior, denominada mittelschmerz (dor do meio), a qual pode durar alguns minutos ou algumas horas. Embora a dor seja sentida no mesmo lado do ovário que liberou o óvulo, a sua causa exata é desconhecida. A dor pode preceder ou suceder a ruptura do folículo e pode não ocorrer em todos os ciclos. A liberação do óvulo não alterna entre os dois ovários e parece ser aleatória.
Quantos Óvulos?
Uma recém-nascida nasce com óvulos (oócitos) já presentes em seus ovários. Quando o feto está com 20 a 24 semanas de idade, os seus ovários contêm entre 7 e 20 milhões de ovos, que se incorporam aos folículos (cavidades cheias de líquido, cada uma contendo um óvulo alojado em sua parede). Enquanto os folículos se formam, a maioria dos óvulos atrofia gradualmente e permanecem aproximadamente 2 milhões deles no momento do nascimento. Após o nascimento, não há formação de óvulos novos. No início da menstruação, existem aproximadamente 400.000 óvulos, uma quantidade mais que suficiene para todo o período de vida fértil. Apenas aproximadamente 400 óvulos são liberados durante a vida reprodutiva de uma mulher, geralmente um em cada ciclo menstrual. Até ser liberado, o óvulo permanece inativo em seu folículo e suspenso em meio a uma divisão celular, o que o torna uma das células de vida mais longa do organismo. Como o ovo inativo não pode realizar os processos usuais de reparação celular, a possibilidade de lesão aumenta à medida que a mulher envelhece. Conseqüentemente, uma anomalia cromossômica ou genética é mais provável quando a mulher engravida numa idade avançada.
Quando um ovário é removido, o ovário remanescente libera um óvulo por mês. A fase lútea ocorre após a ovulação. Esta fase dura aproximadamente 14 dias, exceto quando ocorre a fertilização, e termina imediatamente antes da menstruação. Na fase lútea, o folículo roto fecha após haver liberado o óvulo e forma um corpo lúteo que secreta quantidades crescentes de progesterona.
A progesterona faz com que a temperatura corpórea aumente discretamente durante a fase lútea e que ela permaneça elevada até o início da menstruação. Essa elevação da temperatura pode ser utilizada para se estimar se a ovulação ocorreu. O corpo lúteo degenera após 14 dias e um novo ciclo menstrual tem início, exceto quando o óvulo é fertilizado.
Alterações Durante o Ciclo Menstrual
O ciclo menstrual é regulado pela interação complexa entre os hormônios da hipófise (hormônio luteinizante e hormônio folículoestimulante) e os hormônios sexuais ovarianos (estradiol e progesterona).O ciclo menstrual inicia com a fase folicular. As concentrações baixas de estradiol (um estrogênio) e de progesterona no início desta fase causam a degeneração e o descolamento do endométrio (revestimento uterino) na menstruação, o que marca o primeiro dia do ciclo menstrual.Durante a primeira metade desta fase, a concentração de hormônio folículo-estimulante aumenta discretamente, estimulando o desenvolvimento de vários folículos, cada um contendo um óvulo. Apenas um folículo continua a desenvolver. Durante a última parte desta fase, a concentração de estradiol secretado pelos ovários aumenta, estimulando o início do espessamento do revestimento uterino.
Um aumento rápido das concentrações dos hormônios luteinizante e folículo-estimulante dá início à fase ovulatória. A ovulação (liberação do óvulo) geralmente ocorre 16 a 32 horas após o início do aumento da concentração hormonal. A concentração de estradiol atinge um ponto máximo e a de progesterona começa a aumentar.
Durante a fase lútea, ocorre uma redução das concentrações dos hormônios luteinizante e folículo-estimulante. O folículo roto fecha após haver liberado o óvulo e forma o corpo lúteo, o qual secreta progesterona. A progesterona e o estradiol provocam o espessamento do endométrio. Quando o óvulo não é fertilizado, o corpo lúteo degenera e deixa de secretar progesterona, a concentração de estradiol diminui e tem início um novo ciclo menstrual.
Quando isto ocorre, o corpo lúteo começa a produzir gonadotropina coriônica humana. humana. Este hormônio mantém o corpo lúteo, o qual produz progesterona, até o feto em desenvolvimento ser capaz de produzir seus próprios hormônios.

Resumo dos Principais Hormônios

HormônioOnde é ProduzidoFunção
AldosteronaAdrenaisAjuda na regulação do equilíbrio do sal e da água através de sua retenção e da excreção do potássio
Hormônio antidiurético (vasopressina)HipófiseFaz com que os rins retenham água e, juntamente com aldosterona, ajuda no controle da pressão arterial
CorticosteróideAdrenaisProduz efeitos disseminados por todo o organismo; em especial, tem uma ação antiinflamatória; mantém a concentração sérica de açúcar, a pressão arterial e a força muscular; auxilia no controle do equilíbrio do sal e da água
CorticotropinaHipófiseControla a produção e a secreção de hormônios do córtex adrenal
EritropoietinaRinsEstimula a produção de eritrócitos
EstrogêniosOváriosControla o desenvolvimento das características sexuais e do sistema reprodutivo femininos
GlucagonPâncreasAumenta a concentração sérica de açúcar
Hormônio do crescimentoHipófiseControla o crescimento e o desenvolvimento; promove a produção de proteínas
InsulinaPâncreasReduz a concentração sérica de açúcar; afeta o metabolismo da glicose, das proteínas e das gorduras em todo corpo
Hormônio luteinizante e hormônio folículoestimulanteHipófiseControlam as funções reprodutoras, como a produção de espermatozóides e de sêmen, a maturação dos óvulos e os ciclos menstruais; controlam as características sexuais masculinas e femininas (p.ex., a distribuição dos pêlos, a formação dos músculos, a textura e a espessura da pele, a voz e, talvez, os traços da personalidade)
OcitocinaHipófiseProduz contração da musculatura uterina e dos condutos das glândulas mamárias
Paratormônio (hormônio paratireoídeo)ParatireóidesControla a formação óssea e a excreção do cálcio e do fósforo
ProgesteronaOváriosPrepara o revestimento do útero para a implantação de um ovo fertilizado e prepara as glândulas mamárias para a secreção de leite
ProlactinaHipófiseInicia e mantém a produção de leite das glândulas mamárias
Renina e angiotensinaRinsControlam a pressão arterial
Hormônio tireoidianoTireóideRegula o crescimento, a maturação e a velocidade do metabolismo
Hormônio estimulante da tireóideHipófiseEstimula a produção e a secreção de hormônios pela tireóide

Patologias Relacionadas ao Sistema Endócrino

DOENÇAS DA TIREÓIDE:
Hipertireioidismo
Na maioria dos pacientes com Hipertireoidismo, o tamanho da tireóide aumenta de duas a três vezes acima do normal, com enorme hiperplasia, de modo que o número de células aumenta amplamente. Além disso, cada célula aumenta sua taxa de secreção em muitas vezes.